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Aplica-se a SUSE Linux Enterprise Server 12 SP4

12 Configuração de disco avançada

Configurações de sistema sofisticadas exigem instalações de disco específicas. Todas as tarefas comuns de particionamento podem ser executadas com o YaST. Para obter uma nomeação de dispositivo persistente com dispositivos de bloco, use os dispositivos de bloco abaixo de /dev/disk/by-id ou de /dev/disk/by-uuid. O LVM (Logical Volume Management — Gerenciamento de Volumes Lógicos) é um esquema de particionamento de disco projetado para ser muito mais flexível que o particionamento físico usado nas configurações padrão. Sua funcionalidade de instantâneo permite criar facilmente backups de dados. A RAID (Redundant Array of Independent Disks — Matriz Redundante de Discos Independentes) oferece maior integridade de dados, desempenho e tolerância a falhas. O SUSE Linux Enterprise Server também suporta múltiplos caminhos de E/S (consulte o Chapter 17, Managing Multipath I/O for Devices para obter detalhes). Também há a opção de usar iSCSI como disco de rede (leia mais sobre iSCSI no Chapter 14, Mass Storage over IP Networks: iSCSI).

12.1 Usando o particionador do YaST

Com o particionador técnico, mostrado na Figura 12.1, “Particionador do YaST”, modifique manualmente o particionamento de um ou vários discos rígidos. É possível adicionar, apagar, redimensionar e editar partições ou acessar a configuração do LVM e do softRAID.

Atenção
Atenção: Reparticionando o sistema em execução

Embora seja possível reparticionar o sistema durante sua execução, o risco de cometer um erro que cause perda de dados é muito alto. Tente evitar o reparticionamento de seu sistema instalado e sempre faça um backup completo dos dados antes de tentar fazer isso.

Particionador do YaST
Figura 12.1: Particionador do YaST
Dica
Dica: IBM z Systems: nomes de dispositivos

O IBM z Systems reconhece apenas discos rígidos DASD e SCSI. Os discos rígidos IDE não são suportados. Por isso, esses dispositivos aparecem na tabela de partição como dasda ou sda para o primeiro dispositivo reconhecido.

Todas as partições existentes ou sugeridas em todos os discos rígidos conectados são exibidas na lista de armazenamentos disponíveis na caixa de diálogo Particionador Técnico do YaST. Discos rígidos inteiros são listados como dispositivos sem números, como /dev/sda (ou /dev/dasda). As partições são listadas como partes desses dispositivos, como /dev/sda1 (ou /dev/dasda1, respectivamente). O tamanho, tipo, status da criptografia, sistema de arquivos e ponto de montagem dos discos rígidos e suas partições também são exibidos. O ponto de montagem descreve onde a partição aparece na árvore do sistema de arquivos do Linux.

Várias telas funcionais estão disponíveis na Visão do Sistema à esquerda. É possível usar essas telas para coletar informações sobre as configurações de armazenamento existentes ou para configurar funções (como RAID, Gerenciamento de Volumes, Arquivos Crypt) e ver os sistemas de arquivos com recursos adicionais (como Btrfs, NFS ou TMPFS).

Se a caixa de diálogo de especialista for executada durante a instalação, os espaços livres no disco rígido também serão listados e selecionados automaticamente. Para oferecer mais espaço em disco ao SUSE® Linux Enterprise Server, libere o espaço necessário começando do fim para o início da lista (começando da última partição de um disco rígido em direção à primeira).

12.1.1 Tipos de partição

Dica
Dica: IBM z Systems: discos rígidos

Nas plataformas IBM z Systems, o SUSE Linux Enterprise Server suporta discos rígidos SCSI e DASDs (dispositivos de armazenamento de acesso direto). Embora seja possível particionar os discos SCSI da maneira descrita a seguir, os DASDs não podem ter mais de três entradas de partição em suas tabelas de partições.

Cada disco rígido possui uma tabela de partições com espaço para quatro entradas. Cada entrada da tabela de partições pode corresponder a uma partição primária ou estendida. No entanto, somente uma entrada de partição estendida é permitida.

Uma partição primária consiste simplesmente em uma faixa contínua de cilindros (áreas de disco físico) atribuídas a um determinado sistema operacional. Com as partições primárias, você fica limitado a quatro partições por disco rígido, mais que isso não cabe na tabela de partição. Esta é a razão pela qual partições estendidas são usadas. As partições estendidas também são faixas contínuas dos cilindros de disco, mas a própria partição estendida pode ser dividida em partições lógicas. Partições lógicas não requerem entradas na tabela de partições. Em outras palavras, uma partição estendida é um recipiente para partições lógicas.

Se precisar de mais de quatro partições, crie uma partição estendida como a quarta partição (ou uma partição anterior). Essa partição estendida deve ocupar toda a faixa livre restante do cilindro. Em seguida, crie várias partições lógicas dentro da partição estendida. O número máximo de partições lógicas é 63, independentemente do tipo de disco. Não importa o tipo de partição usada para Linux. As partições primária e lógica funcionam normalmente.

Dica
Dica: Tabela de partição GPT

Se você precisa criar mais de 4 partições primárias em um disco rígido, use o tipo de partição GPT. Esse tipo remove a restrição de número de partições primárias e também suporta partições maiores que 2 TB.

Para usar GPT, execute o Particionador do YaST, clique no nome do disco relevante na Tela do Sistema e escolha Especialista › Criar Nova Tabela de Partição › GPT.

12.1.2 Criando uma partição

Para criar uma partição do zero, selecione Discos Rígidos e, em seguida, um disco rígido com espaço livre. A modificação real pode ser feita na guia Partições:

  1. Selecione Adicionar e especifique o tipo de partição (primário ou estendido). Crie até quatro partições primárias ou até três partições primárias e uma estendida. Dentro da partição estendida, crie várias partições lógicas (consulte a Seção 12.1.1, “Tipos de partição”).

  2. Especifique o tamanho da nova partição. É possível ocupar todo o espaço livre não particionado ou digitar um tamanho personalizado.

  3. Selecione o sistema de arquivos a ser usado e um ponto de montagem. O YaST sugere um ponto de montagem para cada partição criada. Para usar um método de montagem diferente, como montagem por rótulo, selecione Opções do Fstab. Para obter mais informações sobre os sistemas de arquivos suportados, consulte root.

  4. Especifique opções de sistema de arquivos adicionais se sua configuração exigi-las. Isso será necessário, por exemplo, se você precisar de nomes de dispositivos persistentes. Para obter mais informações sobre as opções disponíveis, consulte a Seção 12.1.3, “Editando uma partição”.

  5. Clique em Concluir para aplicar sua configuração de particionamento e sair desse módulo.

    Se tiver criado a partição durante a instalação, você retornará à tela de visão geral da instalação.

12.1.2.1 Particionamento Btrfs

O sistema de arquivos padrão da partição raiz é o Btrfs (consulte o Chapter 7, System Recovery and Snapshot Management with Snapper e o Chapter 1, Overview of File Systems in Linux para obter mais informações sobre Btrfs). O sistema de arquivos raiz é o subvolume padrão e não aparece na lista de subvolumes criados. Sendo um subvolume Btrfs padrão, ele pode ser montado como um sistema de arquivos normal.

Importante
Importante: Btrfs em uma partição raiz criptografada

A configuração de particionamento padrão sugere a partição raiz como Btrfs, com o diretório /boot. Para criptografar a partição raiz criptografada, use o tipo de tabela de partição GPT em vez do tipo MSDOS padrão. Do contrário, o carregador de boot GRUB2 talvez não tenha espaço suficiente para o carregador de segundo estágio.

É possível criar instantâneos dos subvolumes Btrfs, manualmente ou automaticamente, com base nos eventos do sistema. Por exemplo, ao fazer mudanças no sistema de arquivos, o zypper invoca o comando snapper para criar instantâneos antes e após a mudança. Isso é útil quando você não está satisfeito com a mudança que o zypper fez e deseja restaurar para o estado anterior. Como o snapper invocado pelo zypper cria instantâneos do sistema de arquivos raiz por padrão, convém remover os diretórios específicos da inclusão nos instantâneos. É por esse motivo que o YaST sugere criar os subvolumes separados a seguir.

/boot/grub2/i386-pc, /boot/grub2/x86_64-efi, /boot/grub2/powerpc-ieee1275, /boot/grub2/s390x-emu

O rollback da configuração do carregador de boot não é suportado. Os diretórios listados acima são específicos da arquitetura. Os dois primeiros diretórios estão presentes nas máquinas AMD64/Intel 64, os dois últimos no IBM POWER e no IBM z Systems, respectivamente.

/home

Se /home não residir em uma partição separada, ele será excluído para evitar perda de dados nos rollbacks.

/opt, /var/opt

Os produtos de terceiros normalmente são instalados em /opt. Ele é excluído para evitar a desinstalação dos aplicativos nos rollbacks.

/srv

Contém dados de servidores Web e FTP. Ele é excluído para evitar perda de dados nos rollbacks.

/tmp, /var/tmp, /var/cache, /var/crash

Todos os diretórios com arquivos temporários e caches são excluídos dos instantâneos.

/usr/local

Esse diretório é usado na instalação manual de softwares. Ele é excluído para evitar a desinstalação das instalações nos rollbacks.

/var/lib/libvirt/images

A localização padrão para imagens de máquina virtual gerenciadas com libvirt. Excluída para garantir que as imagens de máquina virtual não sejam substituídas por versões mais antigas durante um rollback. Por padrão, esse subvolume é criado com a opção no copy on write.

/var/lib/mailman, /var/spool

Diretórios com e-mails ou filas de e-mails são excluídos para evitar perda de e-mails após um rollback.

/var/lib/named

Contém dados da zona do servidor DNS. Excluído dos instantâneos para garantir que o servidor de nomes funcione após um rollback.

/var/lib/mariadb, /var/lib/mysql, /var/lib/pgqsl

Esses diretórios contêm dados de banco de dados. Por padrão, esses subvolumes são criados com a opção no copy on write.

/var/log

Localização do Arquivo de Registro. Excluído dos instantâneos para permitir a análise do arquivo de registro após o rollback de um sistema com defeito.

Dica
Dica: Tamanho da partição Btrfs

Como os instantâneos gravados exigem mais espaço em disco, é recomendado reservar espaço suficiente para o Btrfs. O tamanho sugerido para uma partição Btrfs raiz com subvolumes padrão é 20 GB.

12.1.2.1.1 Gerenciando subvolumes Btrfs usando o YaST

Agora é possível gerenciar subvolumes da partição Btrfs com o módulo Particionador Técnico do YaST. É possível adicionar novos subvolumes ou remover os existentes.

Procedimento 12.1: Subvolumes Btrfs com o YaST
  1. Inicie o Particionador Técnico do YaST em Sistema › Particionador.

  2. Escolha Btrfs no painel esquerdo Tela do Sistema.

  3. Selecione a partição Btrfs com os subvolumes que você precisa gerenciar e clique em Editar.

  4. Clique em Gerenciamento de Subvolumes. Você vê uma lista de todos os subvolumes existentes da partição Btrfs selecionada. Observe que há várias entradas @/.snapshots/xyz/snapshot; cada um desses subvolumes pertence a um instantâneo existente.

  5. Dependendo se você deseja adicionar ou remover subvolumes, faça o seguinte:

    1. Para remover um subvolume, selecione-o na lista Subvolumes Existentes e clique em Remover.

    2. Para adicionar um novo subvolume, digite o nome dele na caixa de texto Novo Subvolume e clique em Adicionar novo.

      Subvolumes Btrfs no particionador do YaST
      Figura 12.2: Subvolumes Btrfs no particionador do YaST
  6. Confirme com OK e Concluir.

  7. Saia do particionador clicando em Concluir.

12.1.3 Editando uma partição

Ao criar uma nova partição ou modificar uma partição existente, você pode definir diversos parâmetros. Para novas partições, os parâmetros padrão definidos pelo YaST geralmente são suficientes e não requerem nenhuma modificação. Para editar sua configuração de partição manualmente, faça o seguinte:

  1. Selecione a partição.

  2. Clique em Editar para editar a partição e definir os parâmetros:

    ID de Sistema de Arquivos

    Mesmo se você não quiser formatar a partição neste estágio, atribua a ela um ID de sistema de arquivos para garantir que a partição seja registrada corretamente. Os valores comuns são Linux, Linux swap, Linux LVM e Linux RAID.

    Sistema de arquivos

    Para mudar o sistema de arquivos de partição, clique em Formatar a partição e selecione o tipo de sistema de arquivos na lista Sistema de arquivos.

    O SUSE Linux Enterprise Server suporta vários tipos de sistemas de arquivos. O Btrfs é o sistema de arquivos preferido do Linux para a partição raiz, por causa de seus recursos avançados. Ele suporta a funcionalidade copy-on-write, a criação de instantâneos, a segmentação de vários dispositivos, subvolumes e outras técnicas úteis. XFS, Ext3 e JFS são sistemas JFS. Esses sistemas de arquivos podem restaurar o sistema muito rapidamente após uma falha, usando os processos de gravação registrados durante a operação. O Ext2 não é um sistema de arquivos de registro em diário, mas é adequado para partições menores, pois ele não requer muito espaço em disco para gerenciamento.

    O sistema de arquivos padrão para a partição raiz é o Btrfs. O sistema de arquivos padrão para outras partições é o XFS.

    Troca (Swap) é um formato especial que permite usar a partição como uma memória virtual. Crie uma partição de troca (swap) de pelo menos 256 MB. No entanto, se você consumir todo o espaço de troca (swap), convém adicionar mais memória ao sistema, em vez de adicionar mais espaço de troca.

    Atenção
    Atenção: Mudando o sistema de arquivos

    A mudança do sistema de arquivos e a reformatação das partições apagam de forma irreversível todos os dados da partição.

    Para ver detalhes sobre os diversos sistemas de arquivos, consulte o Storage Administration Guide (Guia de Administração de Armazenamento).

    Criptografar Dispositivo

    Se a criptografia for ativada, todos os dados serão gravados no disco rígido de forma criptografada. Aumenta a segurança dos dados confidenciais, mas reduz a velocidade do sistema, já que a criptografia leva algum tempo para processar. Mais informações sobre a criptografia de sistemas de arquivos são fornecidas no Chapter 11, Encrypting Partitions and Files.

    Ponto de Montagem

    Especifique o diretório em que a partição deve ser montada na árvore do sistema de arquivos. Selecione dentre as sugestões do YaST ou digite qualquer outro nome.

    Opções de Fstab

    Especifique vários parâmetros contidos no arquivo de administração do sistema de arquivos global (/etc/fstab). As configurações padrão devem ser suficientes para a maioria das configurações. Por exemplo, você pode mudar a identificação do sistema de arquivos com base no nome do dispositivo para uma etiqueta de volume. Na etiqueta de volume, você pode usar todos os caracteres, exceto / e espaço.

    Para obter nomes de dispositivos persistentes, use a opção de montagem por ID de Dispositivo, por UUID ou por ETIQUETA. No SUSE Linux Enterprise Server, os nomes de dispositivos persistentes estão habilitados por padrão.

    Nota
    Nota: IBM z Systems: montando por caminho

    Como a montagem por ID causa problemas no IBM z Systems quando se usa a cópia de disco para disco para fins de clonagem, por padrão, os dispositivos são montados por caminho em /etc/fstab no IBM z Systems.

    Se você preferir montar a partição por etiqueta, precisará definir uma na entrada de texto Etiqueta do volume. Por exemplo, você pode usar o rótulo de partição HOME para uma partição a ser montada em /home.

    Se você pretende usar quotas no sistema de arquivos, use a opção de montagem Habilitar Suporte a Cotas. Faça isso antes de definir cotas para usuários no módulo Gerenciamento de Usuário do YaST. Para obter mais informações sobre como configurar cotas de usuários, consulte a Seção 16.3.4, “Gerenciando cotas”.

  3. Selecione Concluir para gravar as mudanças.

Nota
Nota: Redimensionar sistemas de arquivos

Para redimensionar um sistema de arquivos existente, selecione a partição e use Redimensionar. Observe que não é possível redimensionar as partições que estiverem sendo montadas. Para redimensionar as partições, desmonte a partição relevante antes de executar o particionador.

12.1.4 Opções de Especialista

Após selecionar um dispositivo de disco rígido (como sda) no painel Tela do Sistema, você poderá acessar o menu Especialista na parte inferior direita da janela Particionador Técnico. O menu inclui os seguintes comandos:

Criar Nova Tabela de Partição

Essa opção ajuda a criar uma nova tabela de partição no dispositivo selecionado.

Atenção
Atenção: Criando uma Nova Tabela de Partição

Criar uma nova tabela de partição no dispositivo remove de forma irreversível todas as partições e seus dados do dispositivo.

Clonar este Disco

Essa opção permite clonar o layout da partição do dispositivo (mas não os dados) em outros dispositivos de disco disponíveis.

12.1.5 Opções Avançadas

Após selecionar o nome de host do computador (o nível superior da árvore no painel Tela do Sistema), você poderá acessar o menu Configurar na parte inferior direita da janela Particionador Técnico. O menu inclui os seguintes comandos:

Configurar iSCSI

Para acessar a SCSI pelos dispositivos de blocos IP, primeiro configure a iSCSI. O resultado são dispositivos adicionalmente disponíveis na lista de partições principal.

Configurar Multipath

A seleção dessa opção ajuda a configurar o aperfeiçoamento de multipath nos dispositivos de armazenamento em massa suportados.

12.1.6 Mais dicas sobre particionamento

A seção a seguir inclui algumas dicas e truques de particionamento que o ajudarão a tomar as decisões certas quando configurar o sistema.

Dica
Dica: Números de cilindros

Observe que diferentes ferramentas de particionamento podem começar a contar os cilindros de uma partição a partir de 0 ou de 1. Ao calcular o número de cilindros, use sempre a diferença entre o último e o primeiro número de cilindro e adicione um.

12.1.6.1 Usando troca (swap)

A troca é usada para estender a memória física disponível. É possível então usar mais memória que a RAM física disponível. O sistema de kernels de gerenciamento de memória anterior a 2.4.10 precisava de troca (swap) como medida de segurança. Antes, se você não tinha o dobro do tamanho da sua RAM em troca, o desempenho do sistema era afetado. Essas limitações não existem mais.

O Linux usa uma página denominada Usado Menos Recentemente (LRU) para selecionar as páginas que podem ser movidas da memória para o disco. Portanto, os aplicativos em execução têm mais memória disponível e os trabalhos de armazenamento em cache são mais fáceis.

Se um aplicativo tentar alocar a memória máxima permitida, poderão surgir problemas com a troca. Há três cenários principais para avaliar:

Sistema sem troca (swap)

O aplicativo obtém a memória máxima permitida. Todos os caches são liberados e, portanto, todos os outros aplicativos em execução ficam mais lentos. Após alguns minutos, o mecanismo de exclusão de memória vazia do kernel ativa e elimina o processo.

Sistema com troca (swap) de tamanho médio (128 MB a 512 MB)

A princípio, o sistema fica mais lento como um sistema sem troca. Após a alocação de toda a RAM física, o espaço de troca também será usado. Nesse ponto, o sistema começa a ficar lento e fica impossível executar comandos remotamente. Dependendo da velocidade dos discos rígidos que executam o espaço de troca, o sistema fica nessa condição por cerca de 10 a 15 minutos até o mecanismo de exclusão de memória vazia resolver o problema. Observe que você precisará de certa quantidade de troca se o computador tiver que realizar uma suspensão para o disco. Neste caso, o tamanho da troca deve ser grande o suficiente para incluir os dados necessários da memória (512 MB – 1GB).

Sistema com inúmeras trocas (swap) (vários GB)

Nesse caso, é melhor não ter um aplicativo que esteja fora de controle e com troca excessiva. Se usar um aplicativo assim, o sistema precisará de muitas horas para se recuperar. No processamento, é provável que outros processos esgotem o tempo de espera e obtenham falhas, deixando o sistema em estado indefinido, mesmo depois de terminar o processo com falha. Nesse caso, faça uma reinicialização da máquina física e tente colocá-la em execução de novo. O grande número de trocas (swaps) só será útil se você tiver um aplicativo que dependa desse recurso. Esses aplicativos (como bancos de dados ou programas de manipulação de gráficos) normalmente têm uma opção para usar diretamente o espaço do disco rígido para suas necessidades. Convém usar essa opção em vez de muitos espaços de troca (swap).

Se o sistema não está fora de controle, porém precisar de mais troca após algum tempo, é possível estender o espaço de troca online. Se você preparou uma partição para um espaço de troca, adicione-a com o YaST. Se você não tiver uma partição disponível, também poderá usar um arquivo de troca para estender a troca. Os arquivos de troca são geralmente mais lentos que as partições, mas comparados à RAM física, ambos são extremamente lentos, logo a diferença real é insignificante.

Procedimento 12.2: Adicionando um arquivo de troca (swap) manualmente

Para adicionar um arquivo de troca (swap) no sistema em execução, faça o seguinte:

  1. Crie um arquivo vazio no sistema. Por exemplo, para adicionar um arquivo de troca (swap) com quantidade de troca (swap) de 128 MB em /var/lib/swap/swapfile, use os comandos:

    mkdir -p /var/lib/swap
    dd if=/dev/zero of=/var/lib/swap/swapfile bs=1M count=128
  2. Inicialize o arquivo de troca (swap) com o comando

    mkswap /var/lib/swap/swapfile
    Nota
    Nota: UUID modificado para partições de troca (swap) ao formatar com mkswap

    Não reformate as partições de troca (swap) existentes com mkswap, se possível. A reformatação com mkswap muda o valor do UUID da partição de troca (swap). Reformate usando o YaST (o que atualiza o /etc/fstab) ou ajuste o /etc/fstab manualmente.

  3. Ative a troca (swap) com o comando

    swapon /var/lib/swap/swapfile

    Para desabilitar esse arquivo de troca (swap), use o comando

    swapoff /var/lib/swap/swapfile
  4. Verifique os espaços de troca (swap) atuais disponíveis com o comando

    cat /proc/swaps

    Observe que neste ponto, é apenas um espaço de troca temporário. Após a próxima reinicialização, ele não será mais usado.

  5. Para habilitar esse arquivo de troca (swap) permanentemente, adicione a seguinte linha a /etc/fstab:

    /var/lib/swap/swapfile swap swap defaults 0 0

12.1.7 Particionamento e LVM

No Particionador Técnico, acesse a configuração do LVM clicando no item Gerenciamento de Volumes no painel Visão do Sistema. No entanto, se já existir uma configuração do LVM de trabalho no sistema, ela será automaticamente ativada após inserir a configuração do LVM inicial de uma sessão. Nesse caso, todos os discos com uma partição (pertencentes a um grupo de volume ativado) não podem ser reparticionados. O kernel do Linux não pode ler novamente a tabela de partição modificada do disco rígido quando há alguma partição desse disco em uso. Se você já tem uma configuração de LVM funcionando no sistema, não será necessário o reparticionamento físico. Em vez disso, mude a configuração dos volumes lógicos.

No início dos volumes físicos (PVs), as informações sobre o volume são gravadas na partição. Para reutilizar tal partição para outros propósitos não relacionados ao LVM, é aconselhável apagar o início desse volume. Por exemplo, no system do VG e em /dev/sda2 do PV, faça o seguinte com o comando dd if=/dev/zero of=/dev/sda2 bs=512 count=1.

Atenção
Atenção: Sistema de arquivos para inicialização

O sistema de arquivos usado para inicialização (sistema de arquivos raiz ou /boot) não deve ser armazenado em um volume lógico do LVM. Em vez disso, armazene-o em uma partição física normal.

Para obter mais detalhes sobre LVM, consulte o Storage Administration Guide.

12.2 Configuração do LVM

Esta seção explica as etapas específicas para seguir ao configurar o LVM. Se você precisar de informações gerais sobre o Gerente de Volume Lógico, consulte a Section 5.1, “Understanding the Logical Volume Manager”.

Atenção
Atenção: Fazer backup dos dados

O uso do LVM é algumas vezes associado a um risco mais elevado, como perda de dados. O risco também inclui falhas de aplicativo, de energia e em comandos. Grave os dados antes de implementar o LVM ou reconfigurar volumes. Nunca trabalhe sem backup.

12.2.1 Configuração do LVM com o YaST

A configuração do YaST LVM pode ser feita através do Particionador Técnico do YaST (consulte a Seção 12.1, “Usando o particionador do YaST”) no item Gerenciamento de Volumes do painel Tela do Sistema. O Particionador Técnico permite editar e apagar partições existentes e criar partições novas que precisam ser usadas com o LVM. A primeira tarefa consiste em criar PVs que forneçam espaço para um grupo de volumes:

  1. Selecione um disco rígido em Discos Rígidos.

  2. Mude para a guia Partições.

  3. Clique em Adicionar e digite o tamanho desejado do PV neste disco.

  4. Use Não formatar a partição e mude o ID do Sistema de Arquivos para 0x8E Linux LVM. Não monte essa partição.

  5. Repita esse procedimento até definir todos os volumes físicos desejados nos discos disponíveis.

12.2.1.1 Criando grupos de volume

Se não houver nenhum grupo de volume no sistema, adicione um (veja a Figura 12.3, “Criando um grupo de volume”). É possível criar grupos adicionais clicando em Gerenciamento de Volumes no painel Tela do Sistema e depois clicando em Adicionar Grupo de Volume. Um único grupo de volume geralmente é suficiente.

  1. Digite um nome para o VG, por exemplo, system.

  2. Selecione o Tamanho Físico Estendido desejado. O valor define o tamanho de um bloco físico no grupo de volumes. Todo o espaço em disco no grupo de volume é trabalhado em blocos desse tamanho.

  3. Adicione os PVs preparados ao VG, selecionando o dispositivo e clicando em Adicionar. É possível selecionar vários dispositivos pressionando Ctrl e, ao mesmo tempo, selecionando os dispositivos.

  4. Selecione Concluir para disponibilizar o VG para mais etapas de configuração.

Criando um grupo de volume
Figura 12.3: Criando um grupo de volume

Se tiver vários grupos de volume definidos e quiser adicionar ou remover PVs, selecione o grupo de volume na lista Gerenciamento de Volumes e clique em Redimensionar. Na janela a seguir, é possível adicionar ou remover PVs para o grupo de volume selecionado.

12.2.1.2 Configurando volumes lógicos

Depois que o grupo de volume for preenchido com PVs, defina os LVs que o sistema operacional usará na próxima caixa de diálogo. Escolha o grupo de volumes atual e mude para a guia Volumes Lógicos. Adicione, Edite, Redimensione e Apague LVs conforme necessário até todo o espaço no grupo de volume ser ocupado. Atribua pelo menos um LV a cada grupo de volumes.

Gerenciamento de volume lógico
Figura 12.4: Gerenciamento de volume lógico

Clique em Adicionar e percorra o popup semelhante a um assistente que é aberto:

  1. Digite o nome do LV. Para uma partição que deve ser montada em /home, é possível usar um nome como HOME.

  2. Selecione o tipo de LV. Ele pode ser Volume Normal, Pool Dinâmico ou Volume Dinâmico. Observe que você precisa criar primeiro o pool dinâmico, que é capaz de armazenar volumes dinâmicos individuais. A grande vantagem do aprovisionamento dinâmico é que a soma de todos os volumes dinâmicos armazenados no pool dinâmico pode exceder o tamanho do próprio pool.

  3. Selecione o tamanho e o número de distribuições do LV. Se você tem apenas um PV, não é útil selecionar mais de uma distribuição.

  4. Escolha o sistema de arquivos para usar no LV e o ponto de montagem.

O uso de distribuições permite distribuir o fluxo de dados no LV entre vários PVs (distribuição). Entretanto, a remoção de um volume pode ser feita apenas por PVs diferentes, cada um fornecendo pelo menos a quantidade de espaço do volume. O número máximo de distribuições é igual ao número de PVs, em que Distribuição "1" significa "sem distribuição". Distribuir só faz sentido com PVs em discos rígidos diferentes; do contrário, o desempenho será reduzido.

Atenção
Atenção: Distribuindo

O YaST não pode, até este ponto, verificar se as suas entradas estão corretas no que diz respeito à distribuição. Qualquer erro realizado aqui será mostrado somente mais tarde, quando o LVM for implementado em disco.

Se você já tiver configurado o LVM no sistema, os volumes lógicos existentes também poderão ser usados. Antes de continuar, atribua os pontos de montagem apropriados a esses LVs. Clique em Concluir para retornar ao Particionador Técnico do YaST e concluir seu trabalho.

12.3 Configuração de RAID de software com o YaST

Esta seção descreve as ações necessárias para criar e configurar vários tipos de RAID. Se você precisar de informações sobre o RAID, consulte a Section 7.1, “Understanding RAID Levels”.

12.3.1 Configuração de RAID de software com o YaST

A configuração de RAID do YaST pode ser obtida por meio do Particionador Técnico do YaST, descrito na Seção 12.1, “Usando o particionador do YaST”. Esta ferramenta de particionamento permite editar e apagar partições existentes e criar partições novas a serem usadas com o RAID por software:

  1. Selecione um disco rígido em Discos Rígidos.

  2. Mude para a guia Partições.

  3. Clique em Adicionar e digite o tamanho desejado da partição RAID neste disco.

  4. Use Não Formatar a Partição e mude o ID do Sistema de Arquivos para RAID Linux 0xFD. Não monte essa partição.

  5. Repita esse procedimento até definir todos os volumes físicos desejados nos discos disponíveis.

Para o RAID 0 e o RAID 1, pelo menos duas partições são necessárias; para o RAID 1, geralmente apenas duas. Se for usado o RAID 5, pelo menos três partições serão necessárias; o RAID 6 e o RAID 10 exigem no mínimo quatro partições. É recomendável usar apenas partições do mesmo tamanho. As partições RAID devem estar localizadas em discos rígidos diferentes para diminuir o risco de perda de dados se um deles apresentar defeito (RAID 1 e 5) e para otimizar o desempenho do RAID 0. Após criar todas as partições a serem usadas com o RAID, clique em RAID › Adicionar RAID para iniciar a configuração do RAID.

Na próxima caixa de diálogo, escolha dentre os níveis de RAID 0, 1, 5, 6 e 10. Em seguida, selecione todas as partições com o tipo RAID Linux ou Linux nativo que deve ser usado pelo sistema RAID. Não são exibidas partições do DOS ou de troca.

Dica
Dica: Classificar os discos

Para os tipos de RAID que levam em consideração a ordem dos discos adicionados, é possível marcar cada disco com uma das letras de A a E. Clique no botão Classificar, selecione o disco e clique em um dos botões Classe X, em que X é a letra a ser atribuída ao disco. Atribua todos os discos RAID disponíveis dessa forma e clique em OK para confirmar. É possível ordenar facilmente os discos classificados com os botões Ordenado ou Intercalado, ou adicionar um padrão de classificação de um arquivo de texto com Arquivo Padrão.

Partições RAID
Figura 12.5: Partições RAID

Para adicionar uma partição anteriormente não atribuída ao volume RAID selecionado, primeiro clique na partição e, em seguida, em Adicionar. Atribua todas as partições reservadas para o RAID. Do contrário, o espaço na partição permanecerá sem uso. Após atribuir todas as partições, clique em Avançar para selecionar as Opções RAID disponíveis.

Nesta última etapa, defina o sistema de arquivos a ser usado, a criptografia e o ponto de montagem para o volume RAID. Após concluir a configuração com Concluir, verifique o dispositivo /dev/md0 e outros dispositivos indicados com RAID no particionador expert.

12.3.2 Solução de problemas

Verifique o arquivo /proc/mdstat para saber se uma partição RAID foi danificada. Em caso de falha no sistema, encerre o sistema Linux e substitua o disco rígido danificado por um novo, particionado da mesma maneira. Depois, reinicie o sistema e digite o comando mdadm /dev/mdX --add /dev/sdX. Substitua 'X' por seus próprios identificadores de dispositivo. Isso integra o disco rígido automaticamente ao sistema RAID e o reconstrói totalmente.

Observe que, embora você possa acessar todos os dados durante a reconstrução, talvez ocorram alguns problemas de desempenho até a reconstrução completa do RAID.

12.3.3 Para obter mais informações

Instruções de configuração e mais detalhes sobre o RAID de software podem ser encontrados nos HOWTOs, em:

As listas de correio do RAID do Linux estão disponíveis, como http://marc.info/?l=linux-raid.